sábado, 23 de janeiro de 2016

22º DIA COMODORO RIVADAVIA - PUERTO MADRYN


Mais uma vez o dia começa cedo para os expedicionários. Embora o percurso previsto fosse de pouco mais de 400 km havia o interesse generalizado de cegar mais cedo ao destino para poder mudar um pouco a rotina. Café da manhã sem maiores atrativos, abastecimento no posto BR ao lado do hotel e o único inconveniente foi um problema na conta do Bó que demorou um pouco a ser resolvido.

Já na Ruta 3, que contorna todo o litoral de Comodoro Rivadavia, segue o comboio tranquilamente até que o Demir me faz uma pergunta via rádio e enquanto respondo acabo entrando em uma direita ates da hora. Uma rápida manobra nos coloca no caminho novamente e deixando a cidade para tras pegamos um trecho de subida onde algumas ultrapassagens via rádio são realizadas sem maiores problemas. Segue agora a estrada em uma planície totalmente estéril sem nenhum atrativo com retas em cima de retas até o destino intermediário que seria Garayalde localizada a 186 km onde faríamos o primeiro reabastecimento.  O vento muito forte desta vez incomodava bastante fazendo com que a atenção na direção fosse muito importante principalmente no cruzamento com outros veículos. O papo rádio ajuda a passar o tempo e desta vez até os guanacos sumiram, dando o ar de sua graça uma ou duas vezes apenas.

Depois de cerca de duas horas chegamos ao “oásis” Garayalde. Por que oásis? Na verdade já tínhamos esta impressão de paradas anteriores que são estrategicamente localizadas permitindo um mínimo de apoio ao viajante. São postos de combustíveis, normalmente mais não exclusivamente da YPF, que tem um pequeno hotel, uma loja de conveniências pouco mais incrementada e comunicação com o resto do mundo. O vento forte que atrapalhava o desenvolvimento dos carros foi comprovado na hora do abastecimento pois de uma maneira  tem carro com autonomia de 500 km não pode deixar de abastecer.

Vamos em frente agora para cerca de 240 km até Puerto Madryn. Temos a oportunidade de passar em Punta Tombos, Rawson ou Trelew para uma visita mais vamos deixar para decidir mais próximos. A estrada continua monótona e com MUITO VENTO e ativamos o momento descontração com a realização de mais um Bingo Volante Internacional com a distribuição de valiosos prêmios surpresa. Não é qualquer comboio que tem um bingo cantado em duas línguas e o fato mais importante é que por cerca de 80 km tivemos uma diversão. Para finalizar desta vez a ganhadora única foi a Angela que receberá em Puerto Madryn o premio surpresa.

Faltando pouco mais de 80 km para o destino a indicação de saída a direita para Punta Tombos mais o pessoal não se entusiasmou muito e passamos direto. Embora no mapa a estrada seja de ripio pela indicação do GPS acredito já estar asfaltada. Pouco antes de Trelew o Gaguinho pode socorro e começamos estão a um intenso falatório na fonia para manter todos acordados e atentos pois a monotonia da estrada estava deixando a coisa um pouco perigosa. Decidimos então seguir em frete direto para o Puerto Madryn agora por uma “auto pista” com duas faixas de rolamento até a saída para cidade. Chegamos então tranquilamente e localizamos facilmente o hotel a beira mar e o único problema foi a inexistência de estacionamento que ainda estamos tentando resolver.

Apesar do ventos continuar bem forte e incomodando bastante temos uma caminhada pela orla e achamos um bom local para almoçar. A grande maioria pediu frutos do mar e não se arrependeu, tudo a preços bem honestos (400,00 ARS para duas pessoas). A noite o programa foi pizza em uma cantina bem agradável (180,00 ARS pizza grande/ 8 pedaços), localizada na orla na esquina da quadra do nosso hotel (Yene Hue). O Demir falou com o parceiro dele aqui na Argentina e conseguiu 5 vagas na “cochera” de outro hotel bem próximo e rapidamente coloquei o carro lá.

Agora é descansar porque amanhã o passeio vai ser na Península Valdés para observação da fauna e teremos muitos quilômetros de estrada. Preço previsto para entrada no parque – 260 ARS.

Alguns comentários adicionais: Já completamos 10.000 km rodados; A Ruta 3 na Tierra del Fuego tem campanha para manter a rodovia limpa, sem "basura". Subindo a RUTA em direção a Buenos Aires, de Caleta Olivia em diante a rodovia é MUITO suja, com lixo espalhado por todo lado principalmente perto das cidades. Definitivamente o 1º mundo não passou por aqui.
Pela primeira vez vimos na Argentina usinas eólicas para o aproveitamento do vento. Deve dar um trabalhão ajustar os equipamentos a este regime de ventos por aqui.