sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

21º DIA RIO GALLEGOS - COMODORO RIVADÁVIA


Amanhecer frio em Rio Gallegos. Café da manhã atrasou um pouco no Hotel Santa Cruz e quando abriu foi literalmente invadido pelo nosso grupo. Conclusão, em 5 minutos já não tinha mais isso e mais aquilo. Talher nem pensar. Foi quase um salve-se quem puder. De qualquer modo o pessoal do hotel repôs rapidamente o que faltava e concluímos nosso desayuno sem maiores  problemas.

Arrumado o comboio na porta do hotel partimos para o abastecimento na Costanera de Rio Gallegos no YPF, bem próximo ao monumento a participação da Força Aérea na Guerra das Malvinas. Rio Gallegos foi uma importante base e ponto de saída para muitos ataques as forças britânicas. Neste posto fiquei com um má impressão a respeito da quantidade de combustível que abasteci. Achei demais e na conferência junto ao Vitor e com Chapéu eles também acharam o consumo um pouco mais elevado do que o normal. Posteriormente na avaliação final de consumo vou entender o que aconteceu.

Estrada boa, chuva leve, frio e vento. Segue o comboio passando pelo primeiro controle sem maiores problemas. Seriam pouco mais do que 740 km só de asfalto e as informações iniciais previam dois postos de abastecimento sendo o primeiro em Comandante Pietra Bueno (km 240) e o segundo em San Julian (km 360). Resolvemos parar logo no primeiro para garantir o combustível principalmente para os carros a gasolina. O frio disse presente e de certa forma estava bem mais intenso do que lá no Ushuaia e todos se protegiam do jeito que dava. A temperatura na verdade não desceu de 10/12°C mais o vento fazia a sensação térmica estar bem mais baixa.

Abastecidos fizemos rapidamente o trecho curto de 120 km sob chuva e frio em uma estrada com paisagem muito monótona. Anteriormente já havíamos realizado o primeiro auto bingo tendo havido empate tríplice entre a Neusa, Paula e Rosane, sendo que no desempate a feliz ganhadora do premio foi a Rosane.

O bingo não foi a única coisa que movimentou o dia de hoje. Em uma hora que chovia bem um guanaco cruzou a pista entre um caminhão de combustível e um carro que vinha em sentido contrário, dando um bom susto no pessoal. Pouco depois um argentino forçou a ultrapassagem e deu de cara com uma pick up no sentido contrário tendo que fazer uma manobra arriscadíssima no acostamento contrário. Felizmente no final deu tudo certo. A paisagem continuava a mesma e chegando aSan Julian paramos em um controle policial que estava levantando dados sobre alguma coisa e todos os carros precisaram postrar a documentação do condutor e do veículo. Por sorte nossa parada seria logo a frente e conforme nos liberávamos seguíamos para o posto onde só os carros a gasolina abasteceriam e não haveria parada para o lanche pois já tínhamos a informação no GPS que pouco mais de 120 km a frente teríamos outro posto YPF( Três Serros) na Ruta 3. Pra encerrar o assunto abastecimento até o momento a Ruta 3 se mostra bem mais estruturada do que a 40. De trecho em trecho tem postos da YPF que prestam o apoio necessário para você viajar com tranquilidade. Não deveria ser diferente pois a Ruta 3 é a principal via de ligação de Buenos Ares com o sul da Argentina.

Agora a paisagem é monótona mais a chuva passou, ressaltando o caráter inóspito da região. Conforme vamos nos aproximando de Caleta Olivia aparecem alguns poços de petróleo, atualmente a força econômica na região. Realizamos agora a competição de perguntas e respostas tendo havido empate entre o carro do Boanerges/Paloma/Romulo/Neusa e o do Cláudio/Rosane/Rogério. A competição foi bem interessante e fez o tempo passar rápido.

Chegando a Caleta Olivia o visual muda completamente. A natureza bruta e intocada e substituída pelo que o homem pode fazer de pior. Muita terra mexida e lixo em profusão que devido a forma inadequada de descarte é levado pelo vento ficando preso nas cercas de arame dando um aspecto HORROROSO a quem chega a cidade. As construções também não ajudam e no final das contas fica tudo muito feio. A entrada da cidade algumas pessoas dando a entender que fazem uma manifestação estão sendo observadas pelo pessoal da gendarmeria.  Na cidade chegamos ao Oceano Atlântico e para nossa surpresa observamos gente tomando banho de mar. A que temperatura estra a água? O Chapéu aproveita e para em um Repuestos e compra o material para concertar o Ar Condicionado do carro do Gaguinho. No hotel ele faz o repara e o carro fica quase bom pois ainda precisa de gás.

Daí para frente são 60 km até o Hotel Austral em Comodora Rivadávia e a estrada fica sempre a beira mar com muitas praias e falésias. Chama a atenção a cor da areia da praia que é muito escura, quase preta mesmo. Muita gente pescando, muitas pistas de off road nas areias e vimos até quadriciclos andando por elas. É um belo visual contrastando muito com a monotonia do trecho anterior. Passamos em mais um controle policial também sem problemas e enfim chegamos passando pouco das 18:00 horas pegando um  movimento grande de veículos até achegada ao hotel.
















 

20º DIA USHUAIA - RIO GALLEGOS


Adeus Ushuaia. Vivemos intensamente a viagem até aqui e com certeza iremos continuar curtindo bastante mais agora iniciamos uma outra etapa da expedição que é subir a Ruta 3 desde seu último quilometro até o zero em Buenos Aires com muitas novas atrações.

Saimos cedo para pouco mais de 600 km, quatro passagens em aduanas e uma travessia de balsa. A expectativa era de que teríamos muito trabalho no dia. No início o visual belíssimo da chegada se transformou devido aos novos ângulos de observação mais uma coisa não muda nunca. A beleza e imponência. Passamos no Paso Garibaldi e novamente o Lago Escondido e o Fagnano dão um show. Uma chuva leve nos acompanha e a torcida é que permaneça até a estrada de rípio pois eliminaria a poeira deixando mais agradável o deslocamento. Passamos em mais dois controles policiais sem nenhum problema porque 12 carros adesivados e enfileirados marcam presença. Chegamos a Rio Grande e realizamos a primeira parada no Posto YPF. Abastecidos e alimentados partimos para os 80 km até San Sebastian para aduana Argentina. Passamos rápidos sem problemas, exceto gaguinho que não tinha um formulário para entregar ao vistoriador dos carros. Na verdade foi a agente da aduana que errou a documentação e rapidamente a situação foi resolvida. Aduana do Chile também sem problemas que não fosse a chuva fina, gelada e um vento cortante. Todo mundo se agasalha ao máximo e a impressão era de que o frio que não pegamos no Ushuaia estava nos cercando por ali.

Estamos no rípio para o trecho até a balsa no Estreito de Magalhães e logo no início fura o pneu do Fanara. Comboio parado e um pit stop de causar inveja a qualquer  equipe de formula um é realizado. Vamos em frente e sem poeira e com pouco transito só precisamos ter atenção com o guanacos em profusão que cortam a pista sem a menor cerimônia. Andamos bem e logo chegamos a balsa ainda com chuva, frio e vento.

Cabe aqui um registro a respeito da operação da balsa, totalmente adaptada as condições da região, otimizando o tempo e não criando situações que possam atrasar o embarque. Você chega, fica na sua fila aguardando a sinalização do operador. Entra na balsa, faz o pagamento, lancha e com o pipi stop vc já esta chegando ao outro lado. Desembarque alinhado na rodovia e só tem uma coisa a fazer. Acelerar.

Foi o que fizemos em uma estrada com o asfalto perfeito mais que devido ao vento fazia com que os motoristas tivessem que ter mais atenção. Na saída da balsa o Ilhan deu uma desgarrada e com o rádio com pouca bateria não conseguíamos contato, sendo necessário um resgate pelo Chapeu e Demir. Rápido e sem problemas.

Chegamos ao Paso de Integração Austral para o último tramite do dia. Antes não posso deixar de registrar a existência de vários pontos de extração de petróleo, a presença onipresente dos guanacos e do vento lateral. Aduana com sinalização deficiente, muita gente para passar e lá fomos nps para os Passos 1, 2, 3 e 4. Os três primeiros fizemos rapidamente mais o 4, de responsabilidade da Argentina estava enrolado. Era o mesmo gliche onde os argentinos pagas os impostos de importação e a coisa estava enrolada. A fila aumentando e o falatório também até que milagrosamente abriram um novo gliche e sem maiores delongas carimbavam logo nossa documentação e nos mandavam embora. Acho que estávamos atrapalhando. Pena na estrada para os últimos 60 km até Rio Gallegos onde chegamos no inicio da noite, 19:00 horas, mais  ainda com muita claridade. Instalados no hotel entulhamos os carros na garagem de forma que o atendente do hotel dizer que nunca tantos “coches” couberam na garagem. Compras no supermercado, jantar e naninha pois amanhã serão mais de 750 km.

Até lá.