A programação para o dia seria extensa, com pouco mais de
500 km para rodarmos sendo no máximo 100 km de asfalto e os outros em estradas
de terra em que a expectativa era de estarem em boas condições, sendo o trecho
entre a TO-030 e Ponte Alta, passando por Lagoa do Tocantins, o mais incerto
porque não queríamos utilizar o caminho mais rápido e sim o mais curto mesmo
sendo uma trilha. A orientação era então andar rápido onde encontrássemos boas
condições para ter tempo onde as dificuldades fossem maiores.
Depois da habitual e necessária compra de gelo e um último
reabastecimento saímos em direção a São Félix do Tocantins, por estrada em boas
condições com apenas alguns trechos com areiões que superamos sem maiores
dificuldades. Faço aqui o registro de que treino é tudo pois no início da
expedição ao aparecer areia no caminho a tensão era grande e depois de ir as
atrações fomos pegando o jeito.
A época de seca tira um pouco a beleza do Cerrado,
principalmente em relação as veredas que ficam com pouca água e com as
constantes queimadas que infelizmente não são só as ocasionadas pela natureza.
A poeira por sua vez atrapalha o deslocamento do comboio e tirando as areias
faz com que o percurso fique com baixa dificuldade. Já vim em fevereiro e agora
em agosto e se vier novamente, espero que sim, com certeza sim, será no verão.
Chegamos sem dificuldades a São Félix e fizemos uma rápida
parada no Mercado Progresso onde conseguimos local para o pipi-stop e comprar
alguns produtos, sendo grande a surpresa de todos ao vermos o Paulo sacando em
um caixa da CEF existente no mercado. Na saída observei que existe um posto de combustível
antigo que esta em obras e um novo que ainda não esta funcionando. De qualquer
forma fica o registro que em São Félix também será possível abastecer.
De novo na estrada um cruzamento de curso d’água é motivo
para algumas fotos e em seguida chegamos a Serra da Catedral que rende belas
fotos. Seguindo em frente alcançamos a ponte do rio do Sono e logo após uma
região com interessantes formações rochosas, que conta com um camping e uma
pequena lanchonete que serve refeições também, No nosso caso fizemos um breve
parada pois ainda não tínhamos definida a condição da estrada para Lagoa do TO.
Atualizei a informação e com mais 46 km rodados e a cerca de 25 km de Novo
Acordo encontraríamos uma trevo com a saída a esquerda para Lagoa do TO.
Partimos novamente e a descida da serra onde existem as formações rochosas
rendeu também algumas imagens que espero colocar no filma da expedição. Fi ca
aqui também o registro de que a medida que nos aproximamos de Novo Acordo o
Cerrado esta perdendo espaço muito rapidamente, não só para montar pasto como
também para a plantação de eucaliptos, com tratores e queimadas operando sem
maiores restrições. Nos preparativos para a expedição li a noticia de que o
asfalto logo chegará a São Félix e por certo ira acelerar a perda das características
naturais da região.
Saímos no trevo para Lagoa e o GPS não identifica a estrada
mais como o trecho seria curto com pouco mais de 26 km e o piso estava
cascalhado e não de areia com esperávamos seguimos em frente até que passados
poucos quilômetros o GPS voltou a indicar a rota na tela. Conforme vamos
andando pelo Jalapão vamos observado certas características, pois as estradas
principais de ligação entre as localidades são normalmente cascalhadas e os
acessos as atrações e fazendas são ainda de areia. Andamos bem é por volta das
duas da tarde chegamos a Lagoa do TO com mais da metade do percurso cumprido e
com a parte de asfalto ainda por fazer, nos deixando então com a possibilidade
de almoçar, era só encontrar um lugar em uma cidade de no máximo 1000
habitantes depois das 14:00 horas de uma quarta feira fora de temporada. Pois
na segunda tentativa achamos o Restaurante Social, da Dona Juraci que ao ser solicitada
logo se dispôs a fazer um rápido almoço para o grupo de 19 pessoas. Rapidamente
o almoço foi servido e devidamente traçado por todos saindo até um ovo
estrelado para o Rafael pois ele não come carne nem frango. O registro deste
paragrafo fic para a Juraci e suas ajudantes e um rapaz que agora me foge o
nome que nos atenderam de uma maneira cordialíssima e com uma gostosa comida.
Seguimos em frente agora para mais 46 km até Ponte Alta do
TO onde faríamos uma rápida parada para o rescaldo de compras de artesanato de
capim dourado. Estrada boa com belo visual e apenas um desvio pouco sinalizado
em uma ponte desabada. Neste trecho muitos mata burros que inclusive vieram a
acarretar um furo no pneu traseiro da Praga Amarela que iria se refletir já na
chegada a Natividade. Em Ponte Alta as compras e calibragem de pneus e vamos
embora pela TO-130 para Pindorama, Fim de tarde e 150 km para encerrar a
jornada íamos rápido pelo asfalto até que o GPS indica uma saída a direito para
uma estrada de terra. Redução de velocidade, consulta ao velho mapa de papel e
não tinha acordo o caminhp era o estávamos fazendo e não o que o GPS queria.
Consulta ao caderno de viagem e a rota traçada era pela TO-130, as placas da
estrada indicam TO-130. Não tem jeito é por ela que vamos com o GPS do meu
carro e de todos os outros independentemente de marca e modelo todos ‘doidos’.
Chegamos a Pindorama e depois de três tentativas conseguimos a confirmação do
caminho para Natividade que ao entrarmos na estrada apareceu corretamente no
GPS. O sol já estava se pondo e tivemos oportunidade de ver araras e tucanos, além
da já popular Siriema que foi o animal mais avistado da expedição. Neste trecho
uma pedra bateu no para brisa do Orlando e logo uma rachadura se formou.
Já era noite quando chegamos ao asfalto para os últimos 15
km até o Hotel Veredas em Natividade e ao iniciarmos este trecho final o
Orlando me chama atenção quanto ao meu pneu traseiro esquerdo que estava baixo.
Prossigo por cerca de 5 km até o trevo de Chapada de Natividade onde no posto
me indicam um borracheiro próximo. Fico muito grato não só ao frentista que me
levou até o borracheiro e também a ele que já estava em casa e se dispôs a me
atender. O veredicto a respeito do furo é que foi originado por pregos de mata
burros.
AS 19:30 horas chegamos ao Hotel Veredas, as margens da
TO-010, e após a confusa recepção devido a uma não identificação de um depósito
inicial feito, o Paulo ajustou tudo e todos receberam suas chaves sem problema.
O Alcyr que veio por um caminho mais curto e com pouca terra já estava nos
esperando para se reintegrar ao grupo. Saímos rápido para o jantar em um
restaurante ao lado do hotel que atendeu bem as nossas necessidades.